segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Voto de bênção






“O Senhor esteja ao teu lado como teu grande amigo e companheiro de jornada;
O Senhor esteja acima de ti, velando por ti e te abençoando;
O Senhor esteja abaixo de ti, calçando os teus pés, firmando os teus passos;
O Senhor esteja às tuas costas, guardando-te completamente de pessoas desleais;
O Senhor esteja à tua frente, como luz que ilumina a tua caminhada;
O Senhor esteja dentro de ti, dando-te força, coragem, fé e vontade de viver;
O Senhor esteja ao teu redor, envolvendo-te completamente com o seu amor.”



Que nos próximos dias o Amor possa prevalecer sempre, que a Bondade ganhe em disparada, que a Luz espante as trevas e a Esperança seja persistente. Desejo a você a consciência de que essas manhãs que se sucedem em sua semana (em sua vida) são um presente, porque com elas vêm a possibilidade de começar de novo ou fazer tudo diferente.Deus nos presenteia a cada novo dia com uma nova possibilidade de sermos melhores, mais bondosos, mais carinhosos, mais gente! E sabemos que podemos mais.
Que a bênção a seguir os acompanhe e inspire.

Bênção

“Que Deus te abençoe e te proteja; que
Deus guarde teu caminhar; que o Senhor
te olhe com amor e mostre sua bondade;
que esteja ao teu lado sempre, de noite e
de dia; que te olhe com amor e te conceda
a paz para viver a vida em plenitude."

domingo, 11 de setembro de 2011

Como trato da alma...


A palavra hebraica para alma é nefesch, que significa garganta. Os gregos a traduzem por psyche, que significa soprar, respirar. Já em latim é anima, de anemos, que é vento. Para muitos povos, alma é um respirador invisível. No Antigo Testamento, a alma é o sopro da vida, a força de vida que faz de nós seres humanos. Carl Gustav Jung dizia que a alma é uma instância curadora que opera em nós de forma oculta e que assume a direção de nossa vida quando o nosso eu consciente falha.
Essas e outras definições demonstram que somos mais do que nosso corpo visível e material. Nossa interioridade precisa ser acolhida, cuidada, porque é ali que está o que temos de mais profundo e o mais precioso – o sopro divino em nós. A alma é, por assim dizer, o centro interior de transformação que faz das vivências externas experiências intrínsecas.
Mas como tratar a alma quando o corpo está dando sinais de S.O.S? O acolhimento, a atenção e a escuta ativa são instrumentos vitais para que o paciente se sinta cuidado de forma verdadeira e integral.
O monge beneditino Anselm Grün escreve sobre esse núcleo interior que todos temos, esse lugar onde habita o sopro divino em nós: “Por vezes os nossos recursos se encontram escondidos por debaixo de uma grossa casca. Quando alcanço o núcleo interno no qual se encontra concentrada toda a força, nova energia fluirá para os meus pensamentos e ações, algo desabrochará em mim. Em cada um de nós existe este núcleo, repleto de energia e esperança.” Ali onde Deus habita em mim é que permaneço saudável e inteiro; onde a doença perde seu poder – ali está minha alma.
Algumas vezes o corpo dói porque a alma adoeceu; noutras vezes, a alma é que dói porque o corpo está doente. Não há como separar um do outro, não temos um corpo e uma alma – somos corpo e somos alma.
Não é possível curar o paciente se não o enxergarmos como alguém inteiro. Abraham Heschel escreveu: “A alma tem seu lar onde se reza. A oração é a morada da alma.” Sendo assim, tratar da alma é ajudar o paciente a se reencontrar, ou a encontrar pela primeira vez esse seu núcleo interior onde pode acessar suas forças, sua fé, suas energias vitais e sua cura. Rezar significa entrar em contato com o desejo da alma e ajudar o paciente a fazer esse contato, esse caminho até si mesmo – um caminho terapêutico necessário, seja na trajetória para a vida ou para a morte.
Como a alma não aparece em exame algum, o paciente até pode estranhar que queiramos nos (pre)ocupar com o assunto. Mas é ali onde conseguimos colocar nosso amor – que não tem pátria nem religião nenhuma e é humano desde que o primeiro humano começou a perambular pela terra – que colocamos também nossa alma.
Tratar a alma é ouvir as queixas do paciente em relação à saudade do seu cachorrinho, do qual teve que se afastar; é dar importância à angústia, mesmo quando a dor está sob controle; é dar a mão, mesmo que isso não conste nos protocolos; é ter um pouco mais de tempo, porque por vezes o que o paciente tem para contar pode não ter a ver com a dor em si, mas é sintoma de um quadro maior – a difícil e maravilhosa tarefa de ser um ser humano.

(texto de Vera Cristina Weissheimer, do livro eletrônico "Como Trato" organizado pelo Dr. Pedro Chocair, diretor Clínico do Hospital Alemão Oswaldo Cruz)

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

A morte é só um ponto de vista...

            Talvez, se o dia amanhecesse diferente sem que eu tivesse tanta lágrima no coração. Sem que meus cabelos estivessem grudados na pele com o choro da noite e sem meus olhos fundos de insônia. Se minhas janelas abrissem por inteiro, se minhas flores não murchassem, se não fizesse tanto frio lá fora, se eu não tivesse tanta dor no meu grito, se a faca sobre a mesa fosse mais afiada e cortasse a garganta sem sujar o chão. Se a geladeira não estivesse tão fria e o sol não estivesse tão quente. Se minha voz não falhasse quando tento sair de onde me prendo. Se minhas mãos não ficassem paralisadas quando tento abrir a porta. Se.
            Talvez a alegria ressurgisse e a morte fosse embora. A morte às vezes é encantadora, como um amor de olhos serenos e sedutores, anestesia e parece curar a dor, mas o que faz mesmo é nos envolver com seus véus e tirar nos a vontade de continuar entre os vivos. Outras vezes... Ah! Outras vezes, é assustadora porque leva a sério as nossas vontades de morrer. Cuidado, não fale muito alto os seus desejos de morrer, porque você pode ser ouvido.
            Certa vez, me peguei pelejando com a morte e quase fui derrotada. Foi terrível, saí rasgada, arranhada, perdi pedaços. Eu queria era ficar mais um bocadinho. Não queria ir. Não era hora. Então, parei de pedir por ela.
            Ainda dá vontade de me escafeder, mas vejo tanta morte ao meu redor que achei melhor fazer as pazes com a vida. Não me assusto com os vivos mortos ou, quem sabe, os mortos vivos. Morte. Vida. Tudo é um ponto de vista.
Se a fome não me matar, então o vinho que bebo para fazer a vida melhor vai aumentar o número de meus dias. Se as dores que me esquartejam a carne não me vencerem então, o dia que vem para aliviar a noite me fará acordar novamente. A morte já não me assusta, mas ainda prefiro ficar entre os vivos.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

"Quando eu morrer, quero estar viva."

frase de Cínthia Alves

depois dizem que anjos não tem sexo...

Haviam me falado dessa escultura e, quando estive em Brasília, fui procurá-la na sede da LBV. Pelo que me contaram foi presente de um carnavalesco carioca. Lindo, não é?
É final de dia... a tarde vai se entregando ao anoitecer. Volto a escrever aqui depois de muito tempo. Houve um momento que pensei não ter mais nada a compartilhar, mas quero continuar sim... é um jeito de ruminar. Talvez ninguém leia, ainda assim valeu à pena escrever.


Porque é tão (deliciosamente) complicado ser mulher?